Artistas reinventam pintura com técnicas urbanas

Crédito: Divulgação
"Lagarto Fashion" integra a mostra "Pet Machine", que reúne obras de Celso Gitahy

"Pet Machine"

Com 30 trabalhos em "stencil art", Celso Gitahy critica a banalização da vida. Um tigre com cabeça de ferro de passar roupa e um lagarto com corpo de máquina de costura são alguns exemplos retratados nas telas de "Pet Machine", exposição que reúne as dezenas de obras do artista plástico na Monica Filgueiras Galeria de Arte (região oeste paulistana). A entrada é gratuita.

A ideia de Gitahy é provocar um diálogo sobre a banalização da vida, expressa pelo desrespeito com que o homem trata os animais e devasta o ambiente. O artista consegue fugir do clichê ao transformar o tema em arte urbana, com imagens sinônimas à falta de sentimento --exemplares da fauna, como cachorro, pássaro, golfinho, macaco, tigre, lagarto, canguru e até o diabo da Tasmânia são apresentados com corpo animal e cabeças substituídas por componentes de máquinas.

Considerado especialista em "stencil" --técnica antiga chinesa em que se utiliza tinta (spray, em especial) em desenho vazado sobre superfície de papel cartão ou acetato--, Gitahy é um dos pioneiros do grafite no Brasil e ocupa posto alto na representação da arte de rua, ao lado de nomes como Alex Vallauri, Maurício Villaça, Carlos Matuck, Rui Amaral, Hudinilson Jr., Ozi e Os Gêmeos.

Os trabalhos estarão à venda e custam de R$ 2.000 a R$ 15 mil.

Mônica Filgueiras Galeria de Arte - r. Bela Cintra, 1.533, Jardins, região oeste, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/11/3082-5292. 15/9 a 2/10. Seg. a sex.: 10h30 às 19h30. Sáb.: 10h30 às 15h30. Grátis. Classificação etária: livre.

Rubens Matuck, MZK e Nove

Entre 5 e 30 de setembro, a galeria Choque Cultural (região oeste) apresenta três gerações de pintores em exposições individuais. Rubens Matuck, 57, MZK, 40, e Nove, 26, mostram seus trabalhos, cada um em um andar da casa. A entrada é gratuita.

A ideia é promover a discussão sobre processos criativos, técnicas de pintura e semelhanças entre artistas de idades muito diferentes.

Rubens, o mais velho da trinca, mostra pinturas a óleo e folha de ouro, sobre pedaços de madeira de lei que ele recolhe do lixo. Além da madeira, o conhecimento do artista é vasto sobre pintura Tao, quadrinhos e caligrafia árabe.

MZK é Maurício Kuhlman. Antes de a internet tomar essa proporção atual e numa época pré-punk, ele já investia na arte pop. Hoje trabalha com pintura sintética sobre suportes variados --esculturas, telas, objetos e parede-- e incorpora à sua obra linguagem de quadrinhos, design gráfico e música.

O caçula Nove faz sua estreia no espaço, com pinturas em tinta acrílica e spray sobre paredes, telas e restos de móveis de madeira encontrados pelas ruas. Sua marca é a delicadeza com que aplica sua estética a superfícies rústicas.

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