Com cerca de oito exposições, entre acervo e temporárias, o Masp (Museu de Arte de São Paulo), na região central paulistana, fecha na segunda (15) e volta à ativa na quinta-feira (18). Esta também é a última semana para visitar a mostra "Amor e Solidariedade", do escultor expressionista pernambucano Abelardo da Hora, que ocupa o vão livre do museu.
Escultor, desenhista, gravador, gravurista e ceramista, Abelardo da Hora é um dos poucos expressionistas brasileiros ainda em atividade. Em homenagem aos 60 anos de carreira do artista, o Masp promove uma retrospectiva com 25 toneladas de obras, todas expostas no vão do museu.
A mostra reúne esculturas, como a "Mulher Reclinada", dedicada ao amor e às mulheres, e desenhos e gravuras de retirantes nordestinos, que Abelardo criou em solidariedade ao povo. Depois de São Paulo, as peças partem para João Pessoa, Recife, Caracas, Paris, Bruxelas e Buenos Aires.
Abelardo tem uma história bastante conectada à política. Formado em direito, nunca exerceu a profissão de advogado, é ligado ao Partido Comunista e já foi preso cerca de 70 vezes. Em Recife, ajudou a criar o Movimento de Cultura Popular (MPC) e influenciou outras ações culturais no país.
No auge do MPC, em 1962, o artista criou um de seus mais expressivos trabalhos: a série de 22 desenhos de bico de pena "Meninos do Recife", um retrato da miséria das crianças de rua, foi apreendida pelos militares.
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