No caos da avenida São João, no centro, uma escada nos leva ao Rio Mar, um restaurante peruano, de três irmãos peruanos, que beleza.
No salão de pé-direito alto, janelões de antigamente dão vista para a urbana esquina com a avenida Ipiranga e, a um só tempo, para verdejantes copas de árvores.
Ali faz-se uma refeição digna e alegre, com cores e sabores vibrantes e intensos. Para o ceviche, a tilápia é cortada em lâminas besuntadas, somente antes de chegar à mesa, de forma a conservar frescor e textura, em uma pasta densa à base de caldo de peixe enriquecida com cebola, alho e gengibre. Suco de limão, cebola-roxa e pimenta complementam; grãos de milho peruano grandões e torrados, bons de morder, dão crocância e equilibram o sal (R$ 33 o pequeno, bem servido).
O arroz com mariscos vem embalado em uma salsa que lhe dá cremosidade, à base de ají panca, uma pimenta peruana roxa, escura, menos picante que a amarillo, mais comum aqui. Custa R$ 41, com camarão, lula, peixe e mexilhão flambados; os frutos do mar, inclusive, exibem um gostoso sabor alcoólico e são apresentados em ponto delicado. Essa mesma base combinada a um béchamel envolve o peixe a lo macho (R$ 43) é mais suave e menos picante, o avesso do que anuncia o cardápio.
Se és bom de garfo, um palpite é o piqueo marino (R$ 85, para três), que reúne peixe empanado (de fritura oleosa), ceviche, arroz com frutos do mar e causas (purê de batata picante, com sabor presente de alho, a embalar uma maionese caseira com carne de caranguejo).
Michael Castro Fernandes, o irmão que veio primeiro para cá (e já passou pela cozinha do Rinconcito, serviu comida peruana na rua e na casa de uma senhora até abrir o Rio Mar, neste ano), promete novidades menos exploradas por aqui. Esperemos.
Avaliação: bom
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