Em cartaz na galeria Vermelho (centro de São Paulo), a mostra "La Felicidad" é o resultado de uma grande viagem de Kevin Simón Mancera pela América Latina.
O artista colombiano visitou lugares cujos nomes remetem à ideia de felicidade e criou um livro de desenhos para cada país visitado (Equador, Bolívia, Peru, México, Colômbia e Cuba). Algumas fotografias também compõem a exposição. A entrada é gratuita.
Em passagem por São Paulo para a abertura da mostra, o artista conversou com o "Guia". Confira trechos abaixo:
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"Guia" - Como surgiu a ideia do projeto "La Felicidad"?
Kevin Simón Mancera - Em 2008, durante uma viagem à Argentina, descobri em um livro uma mina que chamava "La Felicidad". Comecei a pesquisar na Internet e em atlas físicos lugares que tivessem esse nome. O Google Maps não é tão exato, então sempre que chegava a um novo país, ia à biblioteca da capital e me informava melhor. Mesmo assim, por conta da altitude e de uma tempestade de neve, não cheguei a alguns locais exatos, apenas o mais próximo que consegui.
Como foi o processo de criação?
Todos os desenhos foram realizados durante a viagem. Às vezes sentava e desenhava. Outras vezes criava no hotel. Nem todos os desenhos têm relação direta com os lugares, alguns são apenas baseados no que estava passando em minha mente. Também me apropriei de imagens. Por exemplo, desenhei retratos que vi em revistas e grafites expostos em muros. Uma das obras é baseada em uma música cubana. Gostei de uma canção e procurei mais informações na Internet.
Como foi o trajeto?
Equador foi o primeiro país da viagem. Ainda estava entendendo o processo. "La Felicidad" ficava perto de uma comunidade que tinha uma miniatura da torre Eiffel. Cuba é um país fácil quando você está em cidades turísticas, mas é mais complicado no interior. Estava sozinho e fiquei doente, tive uma infecção estomacal. Na Colômbia, meu país natal, foi difícil encontrar algo novo para desenhar. O processo é muito diferente de quando você é turista e é surprendido o tempo todo.
Encontrou a felicidade?
O projeto foi uma desculpa para viajar e desenhar. Encontrar a felicidade era o mais rápido de tudo. Ficava só 10 minutos em cada local. Chegava, tirava a foto e pronto. Não fazia sentido ficar ali. Não me interessava se as pessoas eram felizes, nunca perguntei a ninguém. Faço trabalhos que falam sobre as emoções, mas eu mesmo não me envolvo emocionalmente. A felicidade me interessa enquanto tema. Posso dizer que encontrei a felicidade na medida em que desenhei muito e essa atividade me deixa feliz.
Qual é sua relação com São Paulo?
Em 2009 fiz uma residência artística em São Paulo durante um mês. O resultado foi o meu primeiro diário de viagem, "Cosas de Viaje". É ótimo poder mostrar "La Felicidad" na cidade onde, de certa forma, tudo começou.
Você sempre trabalha com desenhos?
Sim, gosto de peças pequenas e de livros que as pessoas possam levar para casa, para além do espaço expositivo. Publico meus projetos pela Jardín Publicaciones, uma editora colombiana.
Quais são seus próximos projetos?
Ainda não sei. Por enquanto voltar para casa, em Bogotá. Há um ano, todos os domingo subo um programa de rádio no meu site. Faço desenhos e uma seleção musical baseada em um tema.
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