Artista chinês inaugura exposição no CCBB com objetos voadores

Quem andar pela rua Álvares Penteado, no centro de São Paulo, poderá se deparar com um submarino em formato de peixe e outras engenhocas suspensas próximas ao prédio do Centro Cultural Banco do Brasil.

A experiência é apenas a entrada para o universo criado na mostra "Cai Guo-Qiang - Da Vincis do Povo", que será inaugurada neste sábado (dia 20). O artista e o curador Marcello Dantas participam de debate aberto, às 15h, no Prédio Histórico dos Correios, que também recebe parte da mostra. A entrada é gratuita.


Encontrada pelo artista chinês em 2004, a peça do submarino é uma das obras de sua coleção, formada por criações de inventores anônimos de seu país e exibida agora em São Paulo.

Artista consagrado, premiado na Bienal de Veneza de 1999, Cai Guo-Qiang também homenageia a invenção popular por meio de telas criadas com o público durante a passagem de sua mostra em Brasília e de brinquedos montados por crianças em oficinas. "Os sonhos das crianças estão conectados com os sonhos da humanidade. Elas têm o espírito livre", afirma.

Quem vê o artista em ação entende sua associação com o universo das invenções. "Realmente me divirto trabalhando. E às vezes nos divertimos tanto que ao fim ficamos exaustos, como na montagem das peças nas ruas de São Paulo durante a noite", brinca.

Durante a exposição, robôs pintores que simulam artistas famosos, entre eles Damien Hirst, Jackson Pollock e Yves Klein, estarão produzindo "telas" que serão vendidas por R$ 50 na loja do CCBB.

Em outra sala, pipas recebem projeções com imagens dos inventores chineses. "A invenção da pipa foi um momento importante da história da humanidade. Foi a primeira tentativa de desafiar a gravidade e voltar os olhos ao céu. Os homens começaram a imaginar como voar e alcançar o universo", explica.

Merece destaque as grandes telas realizadas com pólvora a partir de temas brasileiros, como "Flowers and Birds of Brazil" e "Carnival Rehearsal", ambas criadas neste ano. "Comecei a trabalhar com pólvora para me liberar. Me considerava muito racional para um artista e a pólvora me pareceu um material espontâneo e incontrolável. A maioria das pessoas não gosta de pólvora porque relacionam com violência. Outras pensam em fogos de artifício. Do ponto de vista da arte, posso trabalhar com os dois lados nestas telas", conta.

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