Do tropicalismo ao fim dos Doces Bárbaros e percorrendo os últimos 50 anos da música brasileira, Maria Bethânia abre suas memórias no documentário "Maria – Ninguém Sabe Quem Sou Eu", que estreia nos cinemas nesta quinta, dia 1º.
Além dela, Gal Costa, Gilberto Gil e Caetano Veloso também vêm estrelando filmes e séries nos últimos anos, com produções que destrincham os bastidores da MPB, a ditadura militar, a vida e a obra desse quarteto baiano.
Em "Narciso Em Férias", por exemplo, Veloso conta como foram os dias em que passou por prisões, interrogatórios e torturas na ditadura militar. Já o documentário "Fevereiros" acompanha Bethânia no Carnaval de 2016, no Rio de Janeiro, mesclando a relação da cantora com sua cidade natal, Santo Amaro, no Recôncavo Baiano.
Já "Os Doces Bárbaros", de 1977, era para ser um registro dos bastidores dos shows do grupo, mas que virou um drama após Gil ser preso em Florianópolis por porte de maconha. Na seara das séries, "Em Casa com os Gil" faz um reality show com toda família do cantor no interior do Rio.
Além dos que já foram lançados, vale lembrar que Gal Costa vai ganhar uma cinebiografia prevista para o ano que vem. O filme "Meu Nome é Gal" é baseado no período em que a cantora resolveu deixar a Bahia e ir morar no Rio de Janeiro e, depois, em São Paulo, período que coincide com as prisões de Gil e Caetano e o ocaso do tropicalismo.
Veja a seguir documentários para conhecer mais sobre Gil, Caetano, Gal e Bethânia.
Maria – Ninguém Sabe Quem Sou Eu
Ao celebrar os 55 anos de carreira em 2020, Maria Bethânia ganha este documentário sobre sua vida e momentos importantes da carreira. O filme é guiado por uma longa entrevista da cantora e tem a participação da atriz Fernanda Montenegro, que lê textos de autores como Ferreira Gullar e Caio Fernando Abreu sobre a artista. Durante o longa, são exibidas também imagens de fãs e de arquivo, além de registros raros de ensaios e shows.
Brasil, 2020. Direção: Carlos Jardim. Livre. Estreia nesta qui. (1º) nos cinemas
Fevereiros
O documentário acompanha Bethânia no desfile da escola de samba carioca Estação Primeira de Mangueira, que a homenageou e acabou vencendo o Carnaval do Rio de Janeiro de 2016. Além das imagens na Marquês de Sapucaí, o filme conta sua história, exibe sua família e aborda a sua fé, visitando também as festas populares de sua sua cidade natal, Santo Amaro, no Recôncavo Baiano.
Brasil, 2019. Direção: Marcio Debellian. Livre. No Globoplay
Os Doces Bárbaros
Dirigido por Jom Tob Azulay, o documentário tinha a intenção de ser um registro das apresentações do quarteto formado por Maria Bethânia, Gal Costa, Gilberto Gil e Caetano Veloso, que marcaram época com interpretações de canções como "Fé Cega, Faca Amolada" e "Um Índio". Mas a obra acabou ganhando um enredo mais dramático ao registrar a prisão de Gil, em Florianópolis, em julho de 1976, por porte de maconha. O filme traz depoimentos dos artistas, cenas nos camarins, ensaios e trechos dos shows.
Brasil, 1977. Direção: Jom Tom Azulay. Livre. No Globoplay e no Amazon Prime Vídeo
Em Casa com os Gil
No estilo "Keeping Up with the Kardashians", reality show americano que acompanha o dia a dia da família Kardashian, os Gil mostram seu cotidiano durante uma temporada no interior do Rio de Janeiro. A família acerta os preparativos de uma turnê que será integrada por filhos e netos, enquanto fala sobre música, arte e a história do patriarca, que completou 80 anos.
Brasil, 2022. Direção: Andrucha Waddington, Pedro Waddington e Rebeca Diniz. Uma temporada (cinco episódios). No Amazon Prime Vídeo
Narciso em Férias
Em uma longa entrevista para o documentário, que foi selecionado para a 77ª edição do Festival de Veneza, Caetano Veloso narra lembranças dos 54 dias em que ficou preso durante a ditadura militar, em 1968. No longa dirigido por Renato Terra e Ricardo Calil, o músico lembra o dia em que foi chamado para um interrogatório, o que culminou em detenção, passagens por diferentes celas e torturas —mesmo sem saber do que ele e Gilberto Gil eram acusados e os motivos de terem sido presos.
Brasil, 2020. Direção: Renato Terra e Ricardo Calil. No Globoplay. 12 anos
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