Conheça Elza Soares, que morreu aos 91 anos, em dez músicas essenciais

Da bossa nova ao samba, Soares interpretou canções de diversos compositores desde os anos 1950

São Paulo

Elza Soares, que morreu nesta quinta-feira, dia 20, aos 91 anos, deixa uma discografia extensa, com mais de três dezenas de discos, que combina com sua importância na música brasileira e mundial.

Eleita como a voz do milênio em uma votação feita na rádio BBC de Londres em 1999, a cantora nascida em 1930 trabalhava como encaixotadora e conferente em uma fábrica de sabão quando fez um teste na rádio Tupi em 1953. Foi só em 1959, no entanto, que ela despontou com sua primeira gravação, "Se Acaso Você Chegasse", que daria nome ao seu primeiro disco, lançado em 1960.

Depois disso vieram sucessos como "Malandro" e "A Carne", além de inúmeros sambas gravados e um renascimento artístico a partir de 2015, quando ela lançou "A Mulher do Fim do Mundo" —disco elogiado que guardava as fortes "Maria de Vila Matilde" e a faixa-título do disco.

Mais recentemente, em dezembro do ano passado, a artista lançou "Elza Soares & João de Aquino", guardada desde os anos 1990. Foi seu último disco.

Veja, abaixo, dez canções importantes na carreira de Elza Soares.

Conheça Elza Soares em 10 músicas

Drão (2021)
A clássica música de Gilberto Gil ganhou nova versão sob a voz grave de Elza no disco "Elza Soares & João de Aquino", gravado ao lado de um de seus grandes parceiros musicais em meados dos anos 1990. Após décadas guardado, o disco foi lançado no fim do ano passado e é o último da cantora.


Banho (2018)
Composta por Tulipa Ruiz, a música foi o primeiro single do disco "Deus É Mulher" a ser divulgado —sob a produção de Guilherme Kastrup, Elza divide os vocais com as mulheres do grupo afro Ilu Obá de Min.


Mulher do Fim do Mundo (2015)
É a canção que dá nome ao trabalho eleito como o melhor álbum de música popular brasileira no Grammy Latino de 2016. A letra composta por Alice Coutinho e Romulo Fróes faz referências à vida da artista, que entoa "vou cantar até o fim".


Maria da Vila Matilde (2015)
Uma das músicas mais marcantes de "Mulher do Fim do Mundo", disco considerado um renascimento na carreira de Elza, o samba-de-breque virou um hino que expõe a violência contra as mulheres.


A Carne (2002)
Música de autoria do grupo Farofa Carioca, que tem Seu Jorge como um dos compositores, foi interpretada pela cantora e incluída no disco "Do Cóccix até o Pescoço" (2002), indicado ao Grammy Latino de melhor álbum de música popular brasileira. A canção é frequentemente usada para denunciar casos de racismo.


Façamos - Vamos Amar (2002)
Nessa música que foi um dos hits do disco "Do Cóccix até o Pescoço", Elza, ao lado de Chico Buarque, dá a volta ao mundo citando países, coisas peculiares das culturas e finalizando os versos afirmando a importância do amor.


Saltei de Banda (1972)
Presente no disco "Elza Pede Passagem" (1972), álbum que tem o pianista Dom Salvador e marcou a volta da cantora ao Brasil após os dois anos vivendo na Itália, a música composta por Zé Rodrix e Luiz Carlos Sá é a mais lembrada do disco nas rodas de samba.


Se Acaso Você Chegasse (1960)
A canção é a mais conhecida do disco homônimo de 1960, o primeiro lançado por Elza —e que vem com o subtítulo "A Bossa Negra", usado como título do disco do ano seguinte, na capa. Essa foi a forma de a cantora reivindicar mais espaço para os cantores e compositores negros dentro desse movimento que começou a fazer sucesso nos rádios naquele ano.


Edmundo (1960)
A música que integra o repertório do segundo disco lançado por Elza, que é acompanhada de Oswaldo Borba e Sua Orquestra na gravação, é uma versão divertida e bem brasileira do clássico do jazz lançado por Glenn Miller, em 1939.


Malandro (1976)
Composição dos sambistas Jorge Aragão e Jotabê, a música está presente no disco de samba da cantora, "Lição de Vida". A canção fala sobre as tristezas e histórias da vida boêmia.

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